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Desafio Jovem Canoinhas

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A reabilitação e a luta contra as drogas

 
Existem no Brasil, milhares de organizações e instituições que auxiliam na reabilitação e ajudam os toxicodependentes, alcoólicos, vítimas de recaídas crônicas e suas famílias a encontrar um tratamento eficaz e de intervenção para o alcoolismo e a dependência de alta qualidade. Em Canoinhas, João Ricardo da Cruz, ex-dependente químico, encontrou na sua experiência uma maneira de ajudar as pessoas que estão na luta contra o vício. Membro dos grupos de Alcoólicos Anônimos (AA) e Narcóticos Anônimos (NA), João Ricardo conta os trabalhos que desenvolve e participa envolvendo dependentes químicos.
O grupo NA funciona praticamente igual ao AA. “A diferença entre eles está apenas na abordagem do dependente químico. Pois o alcoólico tem uma abordagem um pouco diferente do narcótico, que são usuários de maconha, crack, cocaína, etc.”, ele explica. Segundo ele, os dois grupos importam a metodologia dos 12 passos nas reuniões. “Nas reuniões são realizados depoimentos e cada reunião é feito um tema diferente. O grupo é trabalhado com a auto - ajuda e ajuda mútua”, conta.
Também, João coordena dois grupos de apoio da Cruz Azul que envolve as famílias dos dependentes. “Temos dois grupos, um que é realizado na Escola Cabral e existe há aproximadamente um ano e meio e o grupo que funciona na sede da CONSECAMP, há um mês”, conta. “Esses grupos trabalham na família a co-dependência, que é uma doença como a dependência e que atrapalha na recuperação do usuário”, explica. A dependência química não afeta apenas o usuário, os co-dependentes, pessoas que, mesmo sem usar, sofrem com a droga. “Essa doença ocorre principalmente com os pais”, destaca João Ricardo.

Desafio Jovem

Há três anos o Desafio Jovem ajuda pessoas na luta pela recuperação de usuários de drogas. O trabalho, segundo João Ricardo, tem se superado e mudado a vida das pessoas. “Há pessoas que conseguiram estabilizar a doença, pois a dependência química é algo praticamente sem volta”, conta. Ele ressalta que o envolvimento da família no tratamento é um fator essencial. “O que nos motiva a trabalhar com esses grupos é que o índice de recuperação é muito alto quando a família está presente”, diz. “Sempre pedimos que a família participe pelo menos duas vezes por mês das reuniões”, destaca.
A comunidade terapêutica do Desafio Jovem possui, hoje, 11 residentes e quatro terapeutas. “São realizadas reuniões matinais com os residentes, terapias ocupacionais, cursos do Programa Desafio Jovem, cursos em parceria com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, música terapia, tem psicóloga, equipe de médico da Prefeitura de Canoinhas. Também, todo mês tem curso profissionalizante”, conta. “São diversas atividades desenvolvidas na comunidade”, enfatiza.
João afirma que o internamento deve ser feito em últimos casos. “Pois é o período em que traz grandes consequências, porque muda completamente a vida e a rotina da pessoa”, explica. “O tratamento vai fazer isso, vai mexer na vida do usuário, que vai passa por um processo de abstinência, que faz a pessoa sofrer muito”, conta João.
Além disso, ele afirma que o internamento deve ser realizado quando o usuário realmente quer se curar. “Quando abre vaga na comunidade terapêutica, fazemos uma triagem e perguntamos várias vezes se realmente é isso que a pessoas quer”, conta. “É difícil e muito complicado a primeira fase do tratamento, em que o internado fica 30 dias sem ver a família. Poucas pessoas conseguem êxito no primeiro internamento”, ressalta João Ricardo.
Sobre as dificuldades enfrentadas, ele conta que existem, mas o Programa possui boas parcerias. “Temos recebido ajuda e cooperação de Canoinhas e de empresários. Há dificuldade, mas temos auxílios e parcerias”, afirma.

fonte: Reportagem Diário do Planalto, Canoinhas, Quarta-feira, 10/08/2011